sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tour de France: a historia da AGS (Parte 1)

Estava planejando essa serie desde que estava escrevendo a da Andrea Moda, a pedidos do Gabriel Santos, sai agora a historia da AGS.

E que comece o Tour de France!


A AGS foi fundada em um dia, pelo mecânico Henri Julien, que era dono de uma mecânica, chamada ''Garage de l'avenir'', em Gonafron, uma cidadezinha cravada no meio da França. Nos anos 50, Julien participou de algumas corridas, em categorias regionais na França, porem, não pilotava muito bem, mas tinha uma habilidade incrível com mecânica, e com o conhecimento técnico que ganhou nas categorias, ele começou a construir seus próprios carros.

Henri Julien (esquerda), nos tempos de Formula 2
Em 1969, ele construiu o primeiro carro, o AGS JH1, era um monoposto pequeno, da Formule France. O carro foi desenhado por um aprendiz de Julien, o mecânico belga Christian Vanderpleyn (que ficaria na equipe até 1988). Após isso, a AGS começou a fabricar seus próprios carros de Formula 3, eram carros bem avançados, mas não eram páreos a os Martinis, que dominavam a Formula 3 naqueles tempos.

AGS JH15, um desafio na Formula 2 Europeia
Em 1978, Julien tomou coragem e deu um passo a frente, e inscreveu a pequena equipe na Formula 2 Europeia. Foi um desafio para a AGS, que criou o AGS JH15 (equipado com um motor BMW), que foi projetado, construido por Christian Vanderpleyn e pilotado por Jose Dolhein e Richard Dallest. Competiu a temporada de 1978 e 1979 com este carro, e não pontuou nas duas temporadas.

AGS JH17,  os primeiros pontos da AGS na Formula 2
Em 1980, a AGS fabricou outro carro, bem mais avançado que o já antigo JH15, o JH17, tinha a aerodinâmica bem melhor que do JH15, bem mais leve, porem o motor ainda era o BMW. Com este carro e tendo o experiente Richard Dalliest como piloto, venceram em Pau e Zandvoort, tirando um 6º no campeonato, com 23 pontos.
Em 1981, eles tinham o AGS JH18, que era um JH17 maior, com poucas modificações no chassis e na aerodinâmica, o motor era o mesmo BMW e o piloto era ainda o Daliest. Mas o carro não surtia o mesmo efeito que dava em 1980, Daliest terminou em 17º, com 4 pontos. Com isso, houve uma modificação na AGS, Ricahrd Daliest saiu da equipe e entrou Philippe Streiff e Pascal Fabre

AGS JH19, depois de três versões, o carro ficou bom.
1982, tinham pilotos, e o carro? Era o JH19, muito parecido com o JH18, porem o que modificou foi o chassis, que foi melhorado do original, o motor era o BMW. Nos comandos de Philippe Streiff, o carro era ótimo, pontuando em Thruxton, Spa, Donnington e Enna-Pergusa, porem o Fabre... quando dava certo, pilotava bem, conseguia marcar pontos, mas quando as coisas davam errado, davam muito errado, tanto que abandonou, ou não pontuou em maioria das corridas, só pontuando em Mantorp Park e Vallelunga. No fim, Streiff terminou em 6º, com 22 pontos e Fabre terminou em 15º, com 5 pontos. Com isso Fabre saiu, mas voltaria...

AGS JH19C, o ultimo a vencer na Formula 2
Em 1983, eles contrataram Fulvio Maria Ballabio como 2º piloto, e carro também estava diferente, o JH19B tinha poucas modificações aerodinâmicas do JH19, principalmente na carenagem do motor, o motor ainda era aquele velho BMW. Esse ano foi ótimo para a pequena equipe, que terminou com Philippe Streiff em 4º, com 25 pontos, tendo tirado um segundo lugar em Enna-Pergusa, já o Ballabio, terminou como sempre, em 17º, com 3 pontos, ninguém gostou disso (bem dizendo que ninguém gostava do Ballabio), chutaram Ballabio e colocaram Pascal Fabre de novo.

1984, a ultima temporada da Formula 2, e definidamente, esse foi o melhor ano da AGS, ela foi inspirada aquele ano, tendo os pilotos que tinham, a equipe estava ótima. O carro tinha alcançado o máximo, o JH19C foi somente os acertos aerodinâmicos do JH19B, que foram a asa dianteira retirada e o afinamento do bico, e a asa traseira, que foi modificada, sem mais, era o mesmo do JH19B. Naquele ano, Streiff teve que se contentar a disputar o 3º lugar com Michel Ferté, e mesmo assim, ficou em 4º, com 27 pontos, 2 pontos a menos que Ferté, mas quem assustou mesmo aquele ano foi Pascal Fabre, que pilotou muito bem o campeonato inteiro, e chegou a vencer uma corrida, em Hockenheim, e terminou o campeonato em 8º, com 13 pontos. Um adendo, a AGS foi a ultima equipe a ganhar um GP na Formula 2, em Brands Hatch, com Phillippe Streiff. A Formula 2acabou, e agora, o que restava? Ir para a Formula 3000.

AGS JH20, a unica deles na F-3000

1985, a AGS mudou radicalmente de categoria, agora era a Formula 3000, tinha o regulamento muito diferente da Formula 2, tanto que o carro, o JH20, não foi feito pela AGS, foi feito pela Duqueine, era uma carro completamente diferente do que o pessoal da AGS conhecia da Formula 2, era mais avançado, tinha uma aerodinamica boa, e o motor era um Cosworth DFV, bem diferente do BMW que usavam na Formula 2. O já experiente Philippe Streiff pilotava na equipe, mas foi um retrocesso, Streiff terminou o campeonato em 8º, com 12 pontos, porém, Henri Julien não estava contente com o regulamento e a organização do novo campeonato, e saiu da Formula 3000 no fim da temporada de 1985. Aí ele pensou em dar o primeiro passo para a Formula 1.

A Formula 1, saberão no próximo capitulo, mas podem esperar três coisas, staff pequeno, peças usadas de Formula 3000 e madeira.


Um comentário: